quarta-feira, 8 de julho de 2015

Por que se guarda o domingo


Muitos “guardam o domingo” porque encontram motivos para não guardar o sábado. Outros dizem guardar o domingo porque encontraram razões para santificá-lo.
No primeiro caso, o motivo para não guardar o sábado é porque ele pertence à lei e nós somos salvos pela graça. Nesse caso guardar o sábado implicaria na salvação ou justificação pelas obras da lei. Como dizem as escrituras: “.. visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). Resumindo, eles não guardam a lei porque não são salvos por ela e sim pela graça. Todavia transgredir a lei do criador por causa da salvação pela graça é tão errado quanto guardar a lei para ser salvo por ela.
Se a salvação pela graça justifica a transgressão da lei, então não há nenhum problema em transgredir qualquer outro mandamento pertencente a essa lei. Se eu posso violar o quarto mandamento da lei de Deus (o sábado) me justificando na salvação pela graça, então eu posso transgredir o sexto mandamento (não matarás) que me proíbe matar, eu posso violar o sétimo mandamento (não adulterarás) que me proíbe adulterar, também posso transgredir o oitavo mandamento (não furtarás) que me proíbe roubar etc.. . Vejamos o que diz o apóstolo Paulo a esse respeito: “Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes cumprimos a lei.” (Romanos 3:31). O próprio apóstolo Paulo está afirmando que guarda essa lei.
É importante saber que a graça não tira a minha responsabilidade para com à lei do criador. É respeitável entender que guardar a lei inclusive o sábado como fazem muitos sabatistas, para se salvar é um grande erro. Mas também transgredir essa lei porque ela não o salva é incluir-se em erro semelhante ao citado anteriormente. Para compreender esse assunto, deve-se estudar as lições anteriores que falam sobre o que fazer para ser salvo e como fazer a vontade de Deus.
Muitos cristãos acreditam que a lei de Deus não está mais em vigor, porque nela está presente um mandamento que ordena a observância do sábado.  Apresentam até alguns textos bíblicos para justificar a tal crença.
Vejamos alguns deles. “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2:16,17).
Observe que no texto o apóstolo fala de um sábado que está no plural. No estudo sobre leis comparadas, pode-se saber que existia o sábado semanal (singular) e os sábados cerimoniais (plural). Os sábados cerimoniais eram sombras de coisas que haviam de vir. Esses sábados eram constituídos das festas comemoradas pelos filhos de Israel. Elas, de certa forma prefiguram o Messias que um dia haveria de vir. Como disse o apóstolo Paulo: “eram sombras das coisas que haviam de vir,” ou seja, de Jesus. Esses sábados cerimônias não tinham nenhuma relação com o sábado semanal.
Como falamos no inicio muitos também dizem guardar o domingo porque “encontraram” razões para santificá-lo. Analisemos essas razões.
Existem três textos no novo testamento usado como justificativa para a guarda do domingo: I Cor. 16:1, 2; Atos 20:7-11 e Apoc. 1:10.
O primeiro diz o seguinte: “Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (I Cor. 16:1 e 2).
Os defensores da guarda do domingo alegam que se Paulo mandou fazer a coleta no primeiro dia da semana, é porque os cristãos se reuniam nesse dia. E se eles se reuniam nesse dia, é porque guardavam-no.
A primeira coisa que deve ser observada é que, se reunir em um determinado dia não significa guardá-lo. Creio que todas as igrejas evangélicas se congregam em outros dias da semana como quarta-feira, quinta-feira etc.., mas isso não significa que eles guardam esses dias. Os adventistas do sétimo dia se reúnem no domingo a noite, mas eles não guardam esse dia. Os fieis da igreja universal têm reuniões todos os dias em seus templos, mas isso não significa que eles guardam todos os dias.
Mas também existe um detalhe de muito valor que deve ser considerado. Observemos o texto de Paulo novamente. Ele diz: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, EM CASA, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (I Cor. 16:1 e 2). Observe que a coleta era feita em casa. Isso mostra que as reuniões não aconteciam no primeiro dia da semana como muitos pensam.
“Maior clareza não pode haver! Torna-se dispensável qualquer comentário! A simples leitura do texto nos convence de que: a) não se tratava de culto nem de reunião de espécie alguma no primeiro dia da semana; b) a coleta não era feita na igreja; c) a coleta não era parte do culto nem se destinava à igreja local; d) era uma separação de dinheiro que cada um devia fazer em sua casa; e) quando Paulo viesse, cada um lhe entregaria o total de sua separação semanal, que Paulo levaria ou mandaria para os crentes pobres de Jerusalém. Não se faria coleta alguma quando Paulo viesse, porquanto esta já fora feita, já estava pronta. Paulo somente a tomaria para encaminhá-la ao seu destino.” (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 227).
Mesmo que as reuniões espirituais acontecessem no primeiro dia da semana, que não há provas disso, as coletas eram feitas em casa.  E se mesmo assim, eles tivessem reuniões no primeiro dia da semana, isso não o tornava santo.
Quanto ao sábado, é bom entender que congregar-se nele ou em qualquer outro dia, não os tornam dia de descanso. Como vimos na lição anterior, o sábado é santo não porque os sabatistas se congregam nele, mas porque Deus o santificou (Gêneses 2:1-3; Êxodo 20:10,11). Se Deus o santificou, não há quem possa desfazer essa santificação. Será que há? Se você decidir guardar o sábado, saiba que você não irá torná-lo santo por guardá-lo. Deverá guardá-lo sim, mas porque ele já é santificado pelo próprio Deus.
Outro texto também muito citado pelos “guardadores” do domingo é este: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite. Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde estávamos reunidos. Um jovem, chamado Êutico, que estava sentado numa janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo e foi levantado morto. Descendo, porém, Paulo inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a vida nele está. Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E, assim, partiu” (Atos 20:7-11).
          É bom entender que segundo à Bíblia, os dias não começam a meia noite como se pensa hoje em dia. Tanto o sábado quanto os outros dias, começam ao pôr do sol (Levítico 23: 32).
Então a reunião do primeiro dia da semana em Trôade aconteceu no sábado depois do pôr-do-sol, na noite do primeiro dia da semana. Ela ocorreu porque o apóstolo Paulo iria fazer uma viagem no dia imediato ao sábado, ou seja, no primeiro dia da semana (domingo) pela manhã. Observe que a reunião não era de oração, mas para partir ou comer o pão. Era na verdade um jantar. Mas depois da refeição, como o apóstolo iria viajar pela manhã, ele resolveu dar algumas orientações de forma que o ajuntamento se estendeu até tarde da noite. Isso não significa que eles estavam se congregando no primeiro dia da semana e nem tão pouco que guardavam esse dia. Foi apenas um jantar que pode ser aproveitado para fins orientativos.
Mas vejamos algumas orientações dadas por notáveis professores de teologia de variadas igrejas que guardam o domingo aproveitadas pelo professor Cristianini (1986).
Ele faz uso das palavras do conceituado DR. AUGUSTO NEANDER, abalizado escritor eclesiástico, insuspeito por ser observador do domingo.
"A passagem não é absolutamente convincente [como prova da guarda do domingo], porque a partida iminente do apóstolo era motivo para reunir a pequenina igreja, em uma ceia fraternal, ocasião em que fez seu último discurso, embora não fosse culto especial de domingo nessa casa." (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 220).
Cristianini (1986) também faz uso das palavras dos renomados professores batistas CONYBEARE AND HOWSON quando dizem:
"Era o anoitecer que sucedia o sábado judaico. No domingo de manhã o navio deveria partir... Ele [Paulo] continuou sua solitária viagem naquele domingo, depois do meio-dia, na primavera, entre os carvalhais e córregos de Ida." (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 221).
O professor Arnaldo Cristianini também faz uso das palavras de outros conceituados teólogo que vale a pena mencionar.
HACKETT, professar de grego do Novo Testamento no Seminário Teológico de Rochester, diz em Seu comentário:
"Os judeus contavam o dia da tarde para a manhã, e sobre esta base a noite do primeiro dia da semana seria nosso sábado à noite. Se Lucas aqui contava assim, como supõem muitos comentaristas, o apóstolo então aguardara o término do sábado judaico, e realizara sua última reunião religiosa com os irmãos em Trôade... na noite de sábado, e em conseqüência, recomeçara a viagem na manhã de domingo."
Outro estudioso do assunto foi McGARVEY, da igreja Discípulos de Cristo:
"Chego, portanto, à conclusão de que os irmãos se reuniram na noite após o sábado judaico, que era ainda observado como dia de repouso por todos dentre eles que eram judeus ou prosélitos; e considerando este fato, tal foi o início do primeiro dia da semana, empregado na maneira acima descrita. Na manhã de domingo, Paulo e seus companheiros reiniciaram a viagem."
ROBERTSON NICOLL nos diz sobre o assunto:
"Vieram a Trôade, e lá permaneceram por uma semana, forçados sem dúvida pelas exigências do navio e seu carregamento. No primeiro dia da semana, S. Paulo reuniu a igreja para o culto. A reunião realizou-se no que poderíamos chamar de sábado à noite; pois nos devemos lembrar que o primeiro dia judaico começava ao pôr de Sol do sábado."
STOCKES, outro comentarista de valor, nos diz:
"A reunião foi realizada no que poderíamos chamar a noite de sábado; pois nos devemos lembrar de que o primeiro dia judeu tinha inicio ao pôr de Sol do sábado."
STIFLER, também autor de um comentário do livro Atos dos Apóstolos, nos informa:
"Sem dúvida reuniram-se na noite de nosso sábado, de modo que o pão da comunhão foi partido antes do romper do dia, na manhã do nosso domingo." (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 222).
Como já foi visto, não há no texto estudado anteriormente, nenhuma prova de que se guardava o primeiro dia da semana que hoje é chamado de domingo.
Mas existe outro texto que também tem sido citado pelos que dizem guardar o domingo. Vejamos. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,..” (Apocalipse. 1:10).
Os dominguistas acreditam que ao Jesus ressuscitar no domingo, isso o tornou dia do Senhor, ou seja, dia de repouso.
Se formos tomarmos o dia da ressurreição como dia do Senhor, então deveríamos considerar outros dias em aconteceram coisas importantes tanto quanto a ressurreição, como o dia do seu nascimento, o dia da sua morte etc.. . Saibam que não haveria ressurreição se Jesus não tivesse nascido, também não haveria ressurreição se ele não tivesse morrido. Qual desse dias é mais importante?
O professor e teólogo Cristianini afirma: “Primeiramente o arrebatamento nada prova (aliás a nova versão bíblica diz "Achei-me em espírito," indicando apenas que o apóstolo teve as visões) em favor da guarda do dia. João teve outras visões e, com relação a estas, não se menciona o dia em que ocorreram. A segunda visão se deu em dia não especificado (Apoc. 4:2), e a fato de um profeta ter visão em determinado dia, não significa que tal dia deva ser guardado. A santidade de um dia repousa em base mais sólida, fundamenta-se num claro e insofismável "'assim diz a Senhor.
A afirmação de que "dia da Senhor" nessa passagem se refira indiscutivelmente ao primeiro dia da semana é baseada em presunção sem nenhum valor probatório. O fato de em fins do segundo século da era cristã surgirem escritos aludindo ao primeiro dia da semana como sendo "dia do Senhor", não autoriza a dogmatizar que João também se referia ao domingo. Antes do ano 180 A. D., quando surgiu um falso Evangelho Segundo S. Pedro que afirmava ser o primeiro dia da semana o "dia do Senhor," nada, absolutamente nada se pode invocar para dizer que João se referia ao domingo. O próprio Justino Mártir que alude a um costume que se implantava entre os cristãos, de se reunirem no primeiro dia da semana, ao dia refere como "o dia do Sol" e não como "dia do Senhor". A partir daqueles tempos, o título "dia do Senhor" aparece profusamente na literatura patrística. Mas é preciso provar que João tinha em mente o primeiro dia da semana quando escreveu "dia do Senhor".
Autoridades evangélicas afirmavam que João escreveu seu evangelho depois do Apocalipse, situando-o entre 96 a 99 A. D.: Albert Barnes, em suas Notas Sobre os Evangelhos, John Beatty Howell em sua tabela de datas, W. W. W. Rand, em seu Dicionário Bíblico, e comentaristas Bloomfield, Dr. Rales, Horne, Nevinse Olshausen, Williston Walker e muitos outros. Isso é importante, pois se João, no Apocalipse, escrito antes, se refere ao domingo como "dia do Senhor", como então no seu evangelho, escrito posteriormente, volta a referir-se simplesmente ao "primeiro dia da semana"? (S. João 20:1 e 19).
Temos fundadas razões para crer que S. João se referia ao sábado. Porque, consoante a Bíblia, o único "dia do Senhor" que nela se menciona é o sábado. Leia-se cuidadosamente Isaías 58:13: "santo dia do Senhor". O mandamento (Êxo. 20:10) diz: "O sétimo dia é o sábado do Senhor". Em S. Mar. 2:28 lemos: "O Filho do homem é Senhor até do sábado." E a Revista de Jovens e Adultos para a Escola Dominical, editada pela Convenção Batista Brasileira, relativa ao 4.º trimestre de 1938, pág. 15, assim comenta este versículo:
"... o Filho do homem é Senhor do sábado (S. Marcos 2:28); isto é... o sábado é o 'dia do Senhor,' o dia em que Ele é Senhor e pelo Seu senhorio Ele restaura o Seu dia ao seu verdadeiro desígnio."
O discípulo amado conhecia muito bem as palavras do Decálogo (Êxo. 20:10) bem como as de Isaías (Isa. 58:13). À vista disso, não precisamos ter dúvida quanto ao dia a que ele quis referir-se quando no Apocalipse escreveu: "fui arrebatado em espírito no dia do Senhor."
Se posteriormente, com a fermentação da apostasia na igreja primitiva, é que o domingo foi tomando corpo, e a designação "dia da Senhor" lhe foi adjudicada.”  (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 215). Então caro leitor! Pelo que vimos o dia do Senhor mencionado no apocalipse é o sábado.
É bom entender que se a igreja primitiva guardava o domingo como muitos crêem, então Jesus deve ter mudado o dia de guarda do sábado para o domingo, você concorda? Isso nos leva a acreditar que em algum lugar do novo testamento está escrito que Jesus mudou o dia de guarda do sábado para o domingo.
É interessante saber que existe uma igreja evangélica que dá um milhão de dólares para quem mostrar um texto na Bíblia que diga que Jesus mudou o sábado para o domingo. Ela vai mais longe ainda, ela dá esse milhão de dólares para quem mostrar a palavra domingo nas escrituras sagradas. Saiba que até aqui não apareceu ninguém para pegar essa dinheirama.
Se não há aprovação bíblica para a guarda do domingo, como foi que surgiu então essa tal prática? Se a guarda do domingo não a é de origem cristã e nem tem apoio bíblico qual é a origem dele?
Como já foi estudado em lições anteriores, no ano 300 dc, o imperador Constantino se “converteu” ao cristianismo, mas tudo foi uma manobra política. Ele sabia que com o crescimento do cristianismo, continuar sendo inimigo dos cristãos seria uma perda. Ele então tornou-se cristão. Mas ele não aceitou todos os princípios pregados pelo rebanho de cristo, dentre esses estava o quarto mandamento. Foi aí que ele fez o seguinte decreto:
"Que todos os juízes, e todos os habitantes da Cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu." – Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2 (3). O dia do sol era o primeiro dia da semana, ou seja, o domingo.
"O imperador Constantino, antes de sua conversão, reverenciava todos os deuses (pagãos) como tendo poderes misteriosos, especialmente Apolo, o deus do Sol, ao qual, no ano 308, ele [Constantino] conferiu dádivas riquíssimas; e quando se tornou monoteísta o deus ao qual adorava era – segundo nos informa UHLHORN – antes o "Sol INCONQUISTÁVEL" e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E na verdade quando ele impôs a observância do dia do Senhor (domingo) não o fez sob o nome de sabbatum  ou Dies Domini, mas sob o título antigo, astrológico e pagão de Dies Solis, DE MODO QUE A LEI ERA APLICÁVEL TANTO AOS ADORADORES DE APOLO E MITRA COMO AOS CRISTÃOS." (Versais nossos.) – Dr. Talbot W. Chamber, Old Testament Student, janeiro de 1886.
Dizem os defensores da guarda do domingo que o primeiro dia da semana já era observado desde o surgimento da igreja primitiva. Mas a história geral nos mostra o contrário.
"O mais antigo reconhecimento da observância do domingo, como um dever legal, é uma constituição de Constantino em 321 A.D., decretando que todos os tribunais de justiça, habitantes das cidades e oficinas deviam repousar no domingo (venerabili die Solis), com uma exceção em favor dos que se ocupavam do trabalho agrícola." –Enciclopédia Britânica, art. "Sunday".
"Constantino, o Grande, baixou uma lei para todo o império (321 A. D.) para que o domingo fosse guardado como dia de repouso em todas as cidades e vilas; mas permitia que o povo do campo seguisse seu trabalho." – Enciclopédia Americana, art. "Sabbath".
"Os cristãos trocaram o sábado pelo domingo. Constantino, em 321, determinou a observância rigorosa do descanso dominical, exceto para os trabalhos agrícolas... Em 425 proibiram-se as representações teatrais [nesse dia] e no século VIII aplicaram-se ao domingo todas as proibições do sábado judaico." – Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, art. "Domingo".
O grande e abalizado historiador cardeal Gibbon, com sua incontestada autoridade assevera o seguinte: "O Sol era festejado universalmente como o invencível guia e protetor de Constantino....
"Constantino averbou de Dies Solis (dia do Sol) o 'dia do Senhor' – um nome que não podia ofender os ouvidos de seus súditos pagãos." – The History of the Decline and Fall of the Roman Empire, cap. 20 §§ 2°., 3°. (Vol. II, págs. 429 e 430).
Se o domingo já era guardado pelos cristãos desde o surgimento da igreja primitiva, então não haveria necessidade de um imperador pagão baixar um decreto ordenando guardar um dia em homenagem a um deus pagão.
"A conservação do antigo nome pagão de "Dies Solis" ou "Sunday" (dia do Sol) para a festa semanal cristã é, em grande parte, devido à união dos sentimentos pagão e cristão, pelo qual foi o primeiro dia da semana imposto por Constantino aos seus súditos – tanto pagãos como cristãos – como o "venerável dia do Sol"... Foi com esta maneira habilidosa que conseguia harmonizar as religiões discordantes do império, unindo-as sob uma instituição comum." Deão Stanley, Lectures on the History on thc Eastern Church, conferência n°. 6, pág. 184.
O professor Cristianini faz uso das palavras do conceituado erudito bispo Arthur Cleveland Coxe quando comenta:
"Foi uma conversão política, e como tal foi aceita, e Constantino foi um pagão até quase ao morrer. E quanto ao seu arrependimento final, abstenho-me de julgar." – Elucidation 2, of "Tertullian Against Marcion", book 4.
O escritor citado anteriormente faz uso também de uma testemunha chamada Eusébio bem conhecida no cristianismo:
"Ele [Constantino] impôs a todos os súditos do império romano a observância do dia do Senhor (domingo) COMO UM DIA DE REPOUSO, e também para que fosse honrado o dia que se segue ao sábado." – Life of Constantine, Book 4, chap. 18. Destaques nossos.
É interessante saber que o domingo não substituiu o sábado de uma hora para outra. Esse processo se deu de forma gradativa. Para confirmar esta assertiva o professor Arnaldo Cristianni também faz uso de uma fonte evangélica muito interessante onde diz:
"Quando os antigos pais da igreja falam do dia do Senhor, às vezes, talvez por comparação, eles o ligam ao sábado; porém jamais encontramos, anterior à conversão de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia, e se houve alguma, em grande medida se tratava de coisas sem importância... Depois de Constantino as coisas modificaram-se repentinamente. Entre os cristãos, o "dia do Senhor" – o primeiro da semana – gradualmente tomou o lugar do sábado judaico."Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.
Depois de algum tempo após o decreto de Constantino o dia de guarda dos cristãos e pagãos passou ser o mesmo.
"O dia era o mesmo de seus vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso... Se a autoridade da igreja deve ser passada por alto pelos protestantes, não vem ao caso; parque a oportunidade e a conveniência de ambos os lados constituem seguramente um argumento bastante forte para uma mudança cerimonial, como do simples dia da semana para observância do repouso e santa convocação do sábado judaico." North British Review, Vol. 18, pág. 409
O professor Lourenço Gonzalez faz uso de alguns livros católicos que creio ser de muita utilidade nesse estudo. Vejamo-nos.
“Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26 de Agosto de 1926, Socorro, SP. Grifos meus.
“A Igreja Católica, por sua própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para substituir o Sábado, da velha lei.” – Kansas City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.
“A Igreja Católica... em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para o domingo.” Catholic Mirror (espelho católico), órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de Setembro de 1893, grifos meus.
O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.” – Catholic Press, Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900 – grifos meus.
“Observamos o domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o domingo.” – The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine, Rev. Peter Geierman, C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910, grifos meus.
“Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Cardeal Gibbons em The Faith of Ours Fathers, edição de 1892.
“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu a observância do Sábado.” – O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém.
A pergunta é: a igreja mãe, ou seja, a igreja católica tem o poder de mudar o dia de descanso do sábado para o domingo?
“Não tivesse ela (Igreja Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos – não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174, grifos meus.
Creio que deu para entender caro leitor, que a guarda do domingo tem origem pagã. Não foi ordenada por Jesus e nem endossada por seus discípulos. Foi um líder pagão que introduziu esse costume no meio cristão quando a igreja e o Estado romano estavam de mãos dadas.
Mas saiba que Deus continua sendo o mesmo e a sua palavra também. Disse Jesus: “Passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.”

Referências

GONZALEZ, Lourenço. Assim diz o Senhor. ADOS, Rio de Janeiro, RJ, 2010.
CRISTIANINI, Arnaldo. Subtilezas do erro. CPB, Santo André, SP, 1986.



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