Para
se entender o assunto, deve-se em primeiro lugar saber a definição bíblica de
inferno.
Na
Bíblia existem três definições básicas para inferno:
a) II Pedro 2:4 – Tartarus (grego). ”Ora,
se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os
entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;..”. Inferno neste texto que origina-se
do vocábulo Tártarus, significa: um lugar escuro. O apóstolo Pedro quando citou
esse lugar, se referia à situação da terra quando os anjos caídos foram
expulsos do céu, não de um lugar onde existisse um fogo que ficaria queimando
eternamente e os pecadores sendo atormentados pelos demônios.
“A palavra tártaro, usada
por Pedro se assemelha muito à palavra "Tartarus",
usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a
palavra tártaro, parece referir-se melhor a um ato do que a um lugar. A queda
dos anjos que pecaram foi do posto de honra e dignidade à desonra e condenação;
portanto a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os
rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou
tormento nesta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão
reservados para um julgamento futuro.” (Pedro Apolinário – Explicação de textos
difíceis pág. 109).
b) Atos 2:27 – Hades (Grego) Seol
(Hebraico). “.. Porque não deixarás a minha
alma na morte (hades), nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.”
A palavra hades é usada
apenas 10 vezes no Novo Testamento, Mat. 11:23; 16:18; Luc. 16:23; Atos 2:27,
31; Apoc. 1:18; 6:8; 20:13, 14 (I Cor. 15:55).
Quando Pedro discursou no pentecostes, ele enfatizou a morte de Davi e a
de Jesus. Ele afirmou que ambos foram para o hades ou seja, para a sepultura,
mas o corpo de Jesus não vira corrupção, não chegou a decompor-se, pois
ressuscitou no terceiro dia. Alguns tradutores traduziram a palavra hades como
sendo morte, mas a definição correta é sepultura. A tradução correta do texto ficaria
assim: “Porque não deixará a minha alma (meu ser) no hades (sepultura), nem
permitirás que teu santo veja corrupção (decomponha-se).”
c) Mateus 5:30 – Geena (Grego). “E,
se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém
que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno
(Geena).”
“Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Ge ben Hinom – Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Neste vale havia uma elevação
denominada Tofete, onde
ímpios queimavam seus próprios filhos.
Este vale se situava a
sudeste de Jerusalém; neste local, antes da conquista de Canaã pelos filhos de
Israel, cananitas ofereciam sacrifícios humanos ao deus Moloque. Posteriormente, judeus apostatados
continuaram com esta prática nefanda e abominável, como nos relata II Crônicas 28:3. "Também queimou
incenso no vale de Hinom, e queimou a seus próprios filhos no fogo, segundo as abominações dos
gentios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel."
Esta é uma referência ao
ímpio rei Acaz, como também nos mostra II Reis 16:3.
"Porque andou no
caminho dos reis de Israel, e até queimou a seu filho como sacrifício. .
."
Que esta prática existia
fora dos arraiais dos israelitas é evidente da leitura de alguns textos
bíblicos como Lev. 18:21 e Deut. 18:10, onde Deus adverte os seus filhos a não
dedicarem seus descendentes a Moloque.
Manassés, neto do rei
Acaz, restaurou esta prática execrável –
II Crôn. 33:1; Jer. 32:35.
Alguns anos mais tarde, o
bom rei Josias exterminou os sacrifícios humanos, derribando totalmente as
elevações do vale de Hinom ou o Tofete, como
está relatado em II Reis 23:10.
Em conseqüências destas
transgressões Deus advertiu o seu povo de que o Vale de Hinom se tornaria um dia "o vale da
matança" por causa dos cadáveres deste povo: Jer. 7:32, 33; 19:6, confira
Isa. 30:33.
Terminados os sacrifícios
humanos, este local ficou reservado para depósito do lixo proveniente da cidade
de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encontrados
mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quando cometiam o delito. Estes
corpos, às vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que
lhes devoravam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este
quadro que Isaías se refere no capítulo 66, verso 24.
Por estas circunstâncias,
este vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo do terror,
da abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser
atirado à Geena após a morte, era sinônimo de desprezo ao morto, abandonado
pelos familiares, não merecendo ao menos uma cova rasa, estando condenado à
destruição eterna do fogo.
O vale de Hinom era um crematório das sujidades da cidade de Jerusalém. O
fogo ardia constantemente neste sitio e com o objetivo de avivar as chamas e
tornar mais eficaz a sua força lançavam ali enxofre. Devido a estas
circunstâncias, Jesus com muita propriedade usou este vale para ilustrar o que
seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na Geena
universal.
Os rabis mais primitivos
baseiam a ideia de ser a Geena um tipo do fogo do último dia da passagem
bíblica de Isaías 31:9.” (Pedro Apolinário – Explicações de textos difíceis
pág. 107)
Para compreender melhor texto citado, ele ficaria assim: “E, se a tua
mão direita te faz tropeçar (se você roubar, matar), corta-a e lança-a de ti;
pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para
o inferno (você seja pego e crucificado e finalmente jogado no Geena).”
Se uma pessoa fosse encontrada roubando
ou praticando qualquer ato digno de morte, seria crucificada e depois de morta,
lançada no Geena junto com sua cruz.
Portanto, existem três definições bíblicas para inferno na Bíblia: lugar
escuro (Tártarus), sepultura (Hades e Seol) e Geena que não tem uma tradução
para o português, mas que pode ser entendido como um lugar onde se queimava
lixo, inclusive os corpos dos condenados a morte de cruz.
As
definições apresentadas nos textos são bem diferentes de tudo o que você ouviu
falar ou entende por “inferno”.
“Todos
nós” ou quase todos costumamos acreditar que o inferno é um lugar onde os
pecadores irão ficar por toda a eternidade. Lá o fogo não se apaga nunca.
Existem até alguns textos bíblicos usados pelos defensores desta crença para
justificar essa doutrina. Aqui estão alguns deles:
“E irão eles para o tormento eterno, mas os
justos para a vida eterna.” (Mateus 25:46).
“E, se a tua
mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrar na vida aleijado, do que,
tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.” (Marcos 9: 43,46)
“Então dirá também aos que estiverem à Sua esquerda:
Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos.” (Mateus 25: 41).
Como já vimos, “Inferno quer dizer sepultura, lugar de silêncio, parte inferior, lugar dos mortos. É
traduzido da palavra hebraica sheol no Antigo Testamento e da palavra grega
hades no Novo Testamento. É para lá que, após a morte, todos, tanto bons quanto
maus, ricos e pobres, salvos ou não, irão aguardar a ressurreição. Pois inferno
é sepultura. Ouça:
“E orou Jonas ao
Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe, e disse: Na minha angústia clamei ao
Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e Tu
ouviste a minha voz.” (Jonas 2:1-2).
Observe que, aqui,
inferno não dá idéia de suplício, nem de fogo, nem de punição, tormento ou
agonia, mas simplesmente de um lugar inferior
– neste caso, as profundezas do Mar Mediterrâneo.
“Que homem há, que viva, e não veja a morte? Ou que
livre a sua alma do poder do mundo invisível?” (Salmo
89:48).
Esclarece, pois, o
salmista, que todos os seres humanos morrerão, indo à sepultura (inferno), que
denomina lugar invisível.
“Se eu olhar a sepultura como a minha
casa, se nas trevas estender a minha cama.” (Jó 17:13).
O patriarca chama a sua
casa de sepultura (inferno), e
Salomão, o grande sábio, assim afirma, veja:
Provérbios 5:5 – “Os seus
pés descem à morte, os seus passos firmam-se no inferno.”
Evidentemente, não há
dúvida de que o inferno crido pelos
autores bíblicos é um lugar inferior, debaixo da terra, a sepultura, lugar de
todos os mortais.
Chamo a atenção de você,
agora, para o aspecto mais contundente da verdade que desejo apresentar.
Observe estes dois textos da Escritura:
“Pois não deixará a Minha alma no inferno, nem permitirá que o Teu Santo veja a corrupção.”
(Salmo 16:10).
“Pois não deixarás a Minha alma no hades, nem permitirás que o Teu Santo veja a corrupção.”
(Atos 2:27).
Observe que Lucas troca a
palavra inferno, que Davi usa, pelo
vocábulo hades, e no verso 31
esclarece cristalinamente que quando se reportava ao inferno, isto é, que Cristo não permaneceria no inferno, estava se referindo ao inferno como sepultura, ao asseverar:
“Nesta
previsão disse da ressurreição de Cristo que a Sua alma não foi deixada no hades...” (Atos 2:31).
Portanto, nada mais claro
que o inferno é sepultura, assim
demonstrado pelos textos lidos, através da inspiração dos expositores bíblicos,
patriarcas, profetas, apóstolos e o médico Lucas.
Desta forma, nenhuma
destas passagens que se referem ao inferno quer dar a idéia de suplício,
castigo ou fogo. Não ensina a Bíblia em nenhuma de suas páginas que há um lugar
especial no Cosmo ou na Terra, sobre ela ou debaixo dela, que se tenha
transformado no inferno, com
demônios, fogo e suplício.
Quanto ao “fogo que nunca se apaga”, “nem o seu verme
morre”, aparentemente sugere o castigo interminável, mas... vamos examinar
estes textos à luz da Palavra de Deus, confrontando com a História Universal,
para que a verdade aflore e edifique a nossa fé, certo?
Antes, porém, observe que
o fogo não devora o bicho! Ora, quem
executa o juízo? O fogo ou o bicho? Também, se o bicho não morresse, a
destruição não seria completa, seria meia destruição, não é?
Como já foi citado, havia
ao redor dos muros de Jerusalém, um vale muito grande onde os pagãos queimavam
crianças vivas em honra ao deus Moloque, e também eram ali lançados os
detritos, cadáveres de malfeitores, supliciados, corpos de animais e toda sorte
de imundícies recolhidas na cidade.
Era um vazadouro de lixo
(lixão público da cidade). Ali era acendido um “fogo que nunca se apagava”, isto é, estava constantemente aceso,
haja vista haver todos os dias despejo de detritos e muita “carniça”.
Dessa forma, os dejetos
que não eram consumidos pela ação intermitente do fogo, o era pela ação
devastadora dos “vermes”, que
proliferavam aos montões naquele amontoado de lixo. Digo-lhe, amado, aquele
fogo “que não se apagava” era essencial, sobretudo, para a preservação da saúde
do povo do lugar, daí ser reacendido a todo instante, para nunca se apagar.
Esse era o chamado Vale de Hinon ou Geena (Jer. 7:31).
Certamente a cena impressionava os escritores bíblicos. Estando, pois,
indelével em suas mentes, fazem aplicação desse quadro no campo espiritual,
tornando-o um “simbolismo do fogo
consumidor do último dia do julgamento e punição dos ímpios”.
Muitos aplicam a
expressão “fogo eterno” ao desejo
mórbido de ver pecadores (ainda que o sejam) queimando por toda a eternidade
sem fim, entre gritos alucinantes. Mas, isto não é certo, quer ver?
Responda-me: As cidades de Sodoma e Gomorra estão queimando até hoje? Ouça:
“Assim, Sodoma e Gomorra... havendo-se
corrompido... foram
postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.” (Judas 7).
Não é gritante a clareza
do texto? Foi posta como EXEMPLO da pena do fogo eterno. Vale enfatizar que
estas cidades foram mencionadas pelo irmão de Jesus como sendo exemplo de quem
recebe o castigo do fogo eterno.
Mas, caro leitor, embora tenham
sofrido a pena do fogo eterno, não estão essas ímpias cidades queimando até
hoje, correto? A eternidade daquele fogo devorador foi tão rápida, que durou
apenas “um momento”. Eis a prova:
“Porque maior é a maldade da filha do meu povo que o
pecado de Sodoma e Gomorra, a qual se subverteu como num momento...”
(Lamentações 4: 6).
Sabe você o que existe no
lugar dessas ímpias cidades? Um mar! Sim, o Mar Morto. (85 km de água super
salgada ao sul da Palestina). E o fogo eterno, onde está?
Veja mais um texto que
confirma esta assertiva:
“Mas, se não Me
derdes ouvido, para santificardes o dia de Sábado, para não trazerdes carga
alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de Sábado, então acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de
Jerusalém, e
não se apagará...” (Jeremias 17:27).
O profeta diz que tal
fogo é semelhante a um fogo eterno. Agora o leitor vai ver o cumprimento dessa
formidável profecia:
“E queimaram a casa do Senhor e derrubaram os muros
de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram a fogo... para que se cumprisse a
Palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a Terra se agradasse dos Seus
Sábados...” (II Crônicas 36:19-21).
Pois bem, a profecia de
Jeremias cumpriu-se religiosamente, demonstrando ao mundo a sacrossantidade do
Sábado; apenas o fogo que ele mencionou não se apagaria; apagou-se! E agora: O
profeta mentiu? Não foi ele inspirado pelo Espírito Santo?”(GONZALEZ, 2008).
Deve-se
entender que nos dias de Jesus aqui nesta terra já existiam pessoas que criam
na imortalidade da alma bem como na doutrina deturpada do inferno, ensinamento
herdado dos pagãos. Jesus chegou até a contar uma parábola fazendo uso de
crenças já existente em alguns povos para se fazer melhor compreender em
algumas situações. Como foi o caso da parábola do rico e Lázaro.
O apóstolo Paulo ao
escrever a sua primeira carta aos coríntios, também fez uso de uma ilustração
pagã para representar os dons e ministérios cristãos (I Coríntios 12). Mas isso
não significa que ele ou Jesus acreditavam ou ensinavam paganismo aos fieis.
A doutrina do inferno que prevaleceu no
cristianismo teve seu fundamento na doutrina da imortalidade trazida do
paganismo. Todavia houve uma razão para a existência desta doutrina no
cristianismo, “doutrinas” que foram mais tarde justificadas através da inclusão
dos livros apócrifos nas escrituras sagradas. Deve-se saber que com a expansão
territorial dos mulçumanos, a igreja que na época era a maior senhora feudal,
começou a perder espaço e conseqüentemente fieis.
A
igreja ameaçada, criou duas doutrinas que visavam impedir o desenvolvimento da
religião islâmica em território cristão. Foi criada a doutrina do tormento
eterno (inferno) e a doutrina deturpada do céu. E alguns livros apócrifos foram
aceitos pelos “cristãos” para poder justificar as novas crenças.
É
importante saber que nos cultos dos domingos o que menos se falava era de Deus
e Jesus. Oitenta por cento dos conteúdos apresentados tinham a ver com inferno,
pois tinham o objetivo de amedrontar os fieis para que em caso de uma invasão
mulçumana, preferir morrer que aceitar a doutrina islâmica.
A
doutrina de forma básica era assim: o cristão que morresse mesmo que fosse na
ponta da espada de um mulçumano já iria direto para o “céu”. Porém aquele que
negasse sua fé e aderisse qualquer outra doutrina, ao morrer iria direto para o
“inferno”, ou seja, para o tormento eterno.
Quando
vivo, o papa João Paulo II chegou a dizer que, não havia mais necessidade de
assustar ninguém com a doutrina do tormento eterno.
Mesmo
que esse ensino seja hoje aceito pela maioria dos cristãos, deve-se
questioná-los a luz das escrituras sagradas. Observemos alguns princípios para
entendermos a questão apresentada.
Segundo a Bíblia, pecado
é a transgressão da lei. Pois, “todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o
pecado é a transgressão da lei.” (I São João 3:4). E todo aquele que peca, ou seja: o que transgride
a lei, é procedente do Diabo. “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.” (I São João 3:8). Sendo procedente
do Diabo, o destino dele (do transgressor) será o lago de fogo e enxofre.
A grande desculpa da
maioria das pessoas é não conseguir guardar a lei. Mas se Deus sabe de tudo, o
presente, o passado e o futuro, por que ele criou uma lei para o homem guardar
sabendo que o mesmo não teria condições de guardá-la?
Como foi visto, todo os que praticam o pecado
(transgressores da lei) são procedentes do Diabo e que o destino desses será o
lago de fogo e enxofre. “Quanto,
porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos
impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que
lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Apocalipse 21:8).
Como vimos, Deus é amor.
E se Ele é amor (I São João 4:8), por que Ele criou o inferno (castigo eterno)?
O homem não pediu para nascer, e nem tão pouco exigiu de Deus uma lei para
seguir. Agora lhe é imposta uma lei impossível de se guardar e todos os
transgressores terão que sofrer eternamente. Seria isso um ato de amor da parte
de Deus? É claro que não.
Na verdade Ele criou essa
lei porque sabia que o homem com a ajuda divina, teria condições de guardá-la.
Deus não seria amor se
tivesse criado uma lei impossível de se guardar e um lugar onde os
transgressores dessa lei ficassem sofrendo por toda a eternidade.
Deus também não criou
nenhum “inferno”, pelo menos com o sentido de tormento eterno, pois se assim
tivesse feito, Ele não seria o Deus que diz ser.
Sabe-se que nenhum homem
pediu para nascer, e se Deus sabia que certas pessoas não iriam servi-lo,
permitir que elas nascessem para depois lançá-las no inferno por toda
eternidade seria injustiça da parte de Dele. É importante saber que o Eterno não
criou ninguém para lançá-lo neste inferno, bem porque este tipo de inferno não
existe. Deus criou o homem por que o ama. Criou também a Sua lei, porque ela é
uma lei de amor. Ela retrata o caráter do seu Criador. É por isso que ela é
chamada de lei do amor, pois se resume em amor: amor a Deus e amor ao próximo.
Para os que amam o autor da lei, ela é uma protetora. Mas é impossível guardar
essa lei se não for por amor ao Dono dela.
Para os que amam verdadeiramente a Deus, Sua lei é um
deleite, mas para os que não o amam ela é um fardo. Disse o salmista: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!” (Salmos
119:97).
Deus criou um inferno sim, mas com o sentido de
sepultura, onde o próprio Jesus depois de morto, foi para lá. Nesse tipo de
inferno ninguém fica sofrendo, pois o próprio Jesus afirmou que os que para lá
vão, dormem. “Nosso amigo Lázaro adormeceu
(morreu), mas vou para despertá-lo.” (S. João 11:11). ”Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco
terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento.” (Eclesiastes 9:5).
De acordo com a Bíblia, todos os que morrerem irão
para a sepultura. ”No suor do rosto comerás o teu
pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó
tornarás.“ “Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso também
sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede;
como morre um,
assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a
vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para o mesmo lugar, todos são pó, e ao pó tornarão.” (Gêneses 3:19; Eclesiastes 3:19-20). Mas
também todos serão ressuscitados. Disse Jesus: “Não vos maravilheis disto,
porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e
sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que
tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (São João 5:28,29).
Mesmo para aqueles que decidiram ser infiéis a Deus
e a Sua santa lei, eles não passarão por um tormento eterno. Sofrerão a
condenação (de efeitos eternos) eterna, mas mesmo assim, esse ato ainda será
uma expressão da misericórdia divina.
Com respeito ao texto que lemos anteriormente que diz
que os ímpios sua parte será no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 21:8), Deus
não está falando de um fogo que arderá por toda eternidade, mas de uma
condenação de efeitos eternos.
“Os problemas relacionados
com a palavra inferno se desfazem como bolhas de sabão, quando conhecemos bem o
significado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser
traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação totalmente
diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.
A palavra inferno foi
usada pelos tradutores por influências pagãs e por preconceitos enraizados na
mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto sagrado.
De acordo com a Bíblia
todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à sepultura, ao
lugar do esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então
receberão a recompensa. (Apocalipse. 22:14).
Muitas das traduções
modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter
estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que elas significam.
As palavras sheol em hebraico e hades
em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimento
e castigo eterno.” (Pedro Apolinário – Explicações de textos difíceis pág.
109).
Outra grande razão para se rejeitar a doutrina do
inferno pregada pela igreja mãe e pelas demais igrejas filhas é porque ela
contraria a doutrina bíblica da vinda de Jesus. Se o crente ao morrer já vai
para o céu, não precisaria Jesus voltar outra vez. Quanto aos ímpios, se ao
morrer já vão direto para o inferno, não haveria necessidade de um juízo final.
”E, assim como aos homens está
ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.”
(Hebreus 9:27).
A doutrina que de os salvos ao morrerem já vão direto
para o céu contraria o ensino de Paulo com respeito à ressurreição quando diz:
“Ora, ainda vos declaramos, por
palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor,
de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada à trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” (I Tessalonicenses
3:15-17). Se ao morrer
os crentes já vão para o céu, porque então precisam ressuscitar no dia da vinda
de Jesus?
A doutrina do inferno tanto quanto o ensino da
imortalidade da alma, tinham objetivos comerciais na igreja mãe da idade média.
As pessoas quando ouviam falar do sofrimento que um parente podia estar tendo
no inferno, sofria também. Era aí que surgia a proposta da igreja. Com uma
quantia considerável de dinheiro dada a igreja, se poderia tirar o parente do
inferno e mandá-lo direto para o céu. A doutrina do imortalismo e do inferno
desde o início andavam de mãos dadas e tinham os mesmos objetivos: proteger o
espaço físico da igreja e também a perda de fieis que era a sua maior fonte de
renda.
Como estudamos, o inferno biblicamente significa
sepultura. Ele pode estar longe ou até perto de onde você mora. Por esse motivo
você não deve ter medo dele, mas de não estar preparado para quando Jesus te
chamar.
Então prepare-se!
Referências
GONZALEZ, Lourenço. Assim
diz o Senhor. ADOS, Rio de Janeiro, RJ, 2010.
APOLINÁRIO, Pedro. Explicação
de textos difíceis. EUA, Santo Amaro, SP, 1990).
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