Todo país ao
ser reconhecido deve possuir três elementos muito importantes: moeda, bandeira
e selo.
“O selo é usado para tornar válido ou
autêntico qualquer decreto, ou lei, que uma pessoa ou poder promulgue. O selo é
usado em relação com alguma lei ou decreto que requer obediência, ou em
documentos que terão valor legal ou que estarão sujeitos às disposições da lei.
A idéia de lei é inseparável do selo.” (Urias Smith, Daniel e Apocalipse vol.
2, pág. 101).
“O selo é definido como
um instrumento de selar; o que é "usado por indivíduos, corporações e
estados, para fazer impressões em cera, sobre documentos escritos como uma
evidência da sua autenticidade." A palavra original neste texto é
definida: "Um selo, isto é, um anel com sinete, uma marca, estampa, sinal,
penhor." O verbo significa: "Assegurar a alguém, certificá-lo; pôr um
selo ou marca sobre alguma coisa em sinal de que é genuína ou aprovada;
atestar, confirmar, estabelecer, distinguir por uma marca." Tendo por base
a definição comparar Gênesis 17:11 com Romanos 4:11, e Apocalipse 7:3 com
Ezequiel 9:4, e veremos que as palavras “sinal”, “selo” e “marca”, segundo são
usadas na Bíblia são termos sinônimos. O selo de Deus referido em nosso texto
há de ser aplicado aos servos de Deus. Neste caso não se trata de alguma marca
literal impressa carne, mas de alguma instituição ou observância com referência
especial a Deus, que servirá de "sinal de distinção" entre os
adoradores de Deus e os que não são Seus servos, ainda que professem segui-Lo.”
(Urias Smith, Daniel e Apocalipse vol. 2, pág. 100).
“Não devemos supor que
nos decretos e leis de Deus, cuja obediência é obrigatória a todos homens,
tenha de ser posto um selo literal, feito com instrumentos literais. Pela
definição do termo e pelo fim para que o selo é usado, como já se demonstrou,
temos de compreender como selo aquilo que, a rigor, dá validade e autenticidade
a decretos e leis. No selo encontra-se o nome ou assinatura do poder
legislador, expresso em termos que mostrem de que poder se trata, e seu direito
para fazer leis e exigir obediência. Mesmo com um selo literal o nome deve
sempre ser usado, segundo os textos já dados.
Na profecia de Isaías 8:20,
lemos: "Liga o Testemunho, sela a Lei entre os Meus discípulos." Deve
referir-se a uma obra de reavivar nas mentes dos discípulos algumas das
exigências da Lei que foram desprezadas, ou pervertidas do seu verdadeiro
significado. Na profecia, isto se chama o selar a Lei, ou restituir-lhe o selo,
que havia sido tirado.”
Muitas
pessoas mesmo lendo o texto citado, ainda duvida do que vem ser realmente o
selo de Deus. É bom entender que não se irá selar uma carta com algo que não
seja o selo. Se Deus manda selar a lei em algum lugar é porque essa lei é o
selo.
O
selo para ter valor deve ter o nome do legislador, seu cargo oficial, o título ou
autoridade, mostrando quem é ele, a extensão do seu domínio e o seu direito de
governar.
“Os três primeiros
mandamentos mencionam a palavra “Deus”, mas por eles não podemos dizer bem a
quem se referem, porque há multidões de objetos a que é aplicado este nome. Há
"muitos deuses e muitos senhores".(1 Coríntios 8:5). Sem considerar
agora o quarto mandamento, o quinto contém as palavras “Senhor” e “Deus”, mas
não as define. E os outros cinco preceitos não contêm o nome de Deus. Só com a
parte da Lei que examinamos seria impossível convencer de pecado o idólatra. O
adorador de imagens podia dizer: "Este ídolo que está diante de mim é o
meu deus; o seu nome é Deus, e estes são os seus preceitos." O adorador
dos astros podia também dizer: "O Sol é o meu deus, e eu o adoro segundo
esta Lei." Assim, sem o quarto mandamento o Decálogo é nulo e sem valor no
que diz respeito a definir a adoração do verdadeiro Deus.”
“Mas acrescentemos agora
o quarto mandamento, devolvamos à Lei este preceito, que tantos consideram
descartado, e vejamos qual é a situação. Examinemos este mandamento, que contém
a declaração: "Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar,
e tudo o que neles há", e vemos imediatamente que lendo os mandamentos
dAquele que criou todas as coisas. O Sol não é, pois, o Deus do Decálogo. O
verdadeiro Deus é Quem fez o Sol. Nenhum objeto do Céu ou da Terra é o Ser que
aqui reclama obediência, porque o Deus desta Lei é o único que fez todas as
coisas criadas. Temos agora uma arma contra a idolatria. Esta Lei não pode mais
ser aplicada a falsos deuses, que "não fizeram os Céus e a Terra."
(Jer. 10:11). O Autor desta Lei declarou Quem é Ele, a extensão do Seu domínio,
e o Seu direito a governar, porque todo ser criado deve reconhecer
imediatamente que Aquele que é o Criador de tudo, tem direito de exigir obediência
de todas as Suas criaturas. Assim, com o quarto mandamento no seu lugar, esse
maravilhoso documento, o Decálogo, o único documento entre os homens escrito
pelo dedo de Deus tem uma assinatura, tem algo que o torna inteligível e
autêntico; tem um selo. Mas sem o quarto mandamento a Lei é incompleta e carece
de autoridade.”
“Nesta ordem de idéias é
evidente que o quarto mandamento constitui o selo da Lei de Deus, ou o selo de
Deus. As Escrituras acrescentam seu testemunho a esta conclusão.”
“Já vimos que na Bíblia
os termos “sinal”, “selo” e “marca” são usados como sinônimos. O Senhor
expressamente diz que o sábado é um sinal entre Ele e o Seu povo.
"Certamente guardareis Meus sábados, porquanto isso é um sinal entre Mim e vós nas vossas
gerações, para que saibais que Eu sou o
Senhor que vos santifica." (Êxodo 31:13). O mesmo fato é de novo
afirmado em Ezequiel 20:12, 20. Aqui o Senhor diz ao Seu povo que o fim para
que deviam guardar o sábado era para que soubessem que Ele é o verdadeiro Deus.
É como se o Senhor dissesse: "O sábado é um selo. Da Minha parte é o selo
de Minha autoridade, o sinal de que tenho o direito de exigir obediência. Da
vossa parte é um sinal de que Me tomais por vosso Deus."”
“Assim, o Senhor
considera o quarto mandamento como um sinal
entre Ele e Seu povo, ou o selo da Sua Lei para todos os tempos. Ao observar
esse mandamento o crente demonstra que é adorador do Deus verdadeiro. Pelo
mesmo mandamento, Deus Se dá a conhecer como nosso Governador legítimo, visto
que é nosso Criador.” (Urias Smith, Daniel e Apocalipse vol. 2, pág. 106).
Antes de vir buscar Seus filhos, Deus pretende selá-los.
Como está escrito: “Vi
outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em
grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e
ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso
Deus.” (Apocalipse 7:3). E como já pudemos observar,
a lei de Deus, mas especificamente o quarto mandamento dela (o sábado),
constitui o selo com o qual Deus quer selar os seus escolhidos.
Existe a compreensão a respeito do selo de Deus por
parte de outras escolas teológicas de que o selo de divino seja o Espírito Santo.
Baseiam-se em Efésios 1:13, que diz: “.. em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; .. .”
Mesmo que o apóstolo Paulo
apresente o Espírito Santo como sendo um selo, esse selo não poderá ser aquele
mencionado no apocalipse, pois ele não traz as três características de um selo
que são: nome do
legislador, seu cargo oficial, o título ou autoridade, a extensão do seu
domínio e o seu direito de governar. Teologicamente o selo mencionado por João
no apocalipse é um selo escatológico, que é um símbolo de propriedade. Apenas
aqueles que forem reconhecidos como propriedades de Deus serão protegidos no
momento que os anjos fizerem danos à terra e ao mar.
Quanto ao selo do Espírito Santo mencionado por Paulo
aos Efésios, ele é dado àqueles que crêem. Sabemos que crer não basta para
sermos propriedade divina, pois até os demônios crêem e tremem. “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem.” (Tiago 2:19). Tiago não disse fazer
mau os que apenas crer. Ao contrário ele disse que quem crê faz bem, mas não é
suficiente. Em outras palavras ser selado pelo Espírito Santo é muito bom, mas
não basta, é necessário ser guiado por Ele todos os dias, pois só assim seremos
propriedade divina e Satanás não terá domínio sobre nós.
É bom entender que o selo do apocalipse
é conseqüência da permanência do selo do Espírito Santo em nossas vidas. Não
basta sermos selados pelo Espírito Santo (crermos) hoje, é necessário crermos
todos os dias até chegar a hora em que os anjos irão fazer danos a terra e ao
mar.
Deus
em sua palavra apresenta o sábado como sinal eterno por causa da criação. “Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre;
porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia,
descansou, e tomou alento.” (Êxodo 31:17).
E quando esteve nesta terra, Jesus se apresentou como
Senhor (dono) do sábado. Disse “Ele:”.. de sorte que o Filho do Homem é Senhor também do sábado.”
(Marcos 2:28). E Ele deve ser o nosso modelo na observância do sábado,
pois Ele guardava esse dia. “Indo
para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se
para ler.” (Lucas 4:16).
Além de Jesus, as mulheres que o seguia também
guardavam o sábado do Senhor. Como está escrito: “As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o
túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar
aromas e bálsamos. E, no sábado,
descansaram, segundo o mandamento.” (Lucas 23:55,56). Se Jesus tivesse
mudado o dia de descanso do sábado para outro dia, com certeza teria dito para
aquelas mulheres. Ou se mesmo pretendesse fazer isso depois de sua
ressurreição, também teria feito. Se elas continuaram guardando o sábado, é
porque ele continuava em vigor.
É interessante saber que na nova terra, ou seja, no
paraíso, os servos de Deus guardarão também o sábado. Vejamos o que diz o
profeta Isaías: “E será
que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de
um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.”
(Isaías 66:23).
Mas também haverá um selo inverso ao selo de Deus que
será dado por outro poder. Esse selo será estudado na próxima lição.
Referências
SMITH, Urias. Daniel e Apocalipse vol. 2. Publicaciones Interamericanas,
Mountains California, E.E. de N.A, 1949.
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