Mas existe outro texto que
também tem sido citado pelos que dizem guardar o domingo. Vejamos. “Achei-me em espírito, no dia do
Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,..” (Apocalipse. 1:10).
Os
dominguistas acreditam que ao Jesus ressuscitar no domingo, isso o tornou dia
do Senhor, ou seja, dia de repouso.
Se
formos tomarmos o dia da ressurreição como dia do Senhor, então deveríamos
considerar outros dias em aconteceram coisas importantes tanto quanto a
ressurreição, como o dia do seu nascimento, o dia da sua morte etc.. . Saibam
que não haveria ressurreição se Jesus não tivesse nascido, também não haveria
ressurreição se ele não tivesse morrido. Qual desse dias é mais importante?
O professor e teólogo
Cristianini afirma: “Primeiramente o arrebatamento nada prova (aliás a nova
versão bíblica diz "Achei-me em espírito," indicando apenas que o
apóstolo teve as visões) em favor da guarda do dia. João teve outras visões e,
com relação a estas, não se menciona o dia em que ocorreram. A segunda visão se
deu em dia não especificado (Apoc. 4:2), e a fato de um profeta ter visão em
determinado dia, não significa que tal dia deva ser guardado. A santidade de um
dia repousa em base mais sólida, fundamenta-se num claro e insofismável
"'assim diz a Senhor.
A afirmação de que
"dia do Senhor" nessa passagem se refira indiscutivelmente ao
primeiro dia da semana é baseada em presunção sem nenhum valor probatório. O
fato de em fins do segundo século da era cristã surgirem escritos aludindo ao
primeiro dia da semana como sendo "dia do Senhor", não autoriza a
dogmatizar que João também se referia ao domingo. Antes do ano 180 A. D.,
quando surgiu um falso Evangelho Segundo
S. Pedro que afirmava ser o primeiro dia da semana o "dia do
Senhor," nada, absolutamente nada se pode invocar para dizer que João se
referia ao domingo. O próprio Justino Mártir que alude a um costume que se
implantava entre os cristãos, de se reunirem no primeiro dia da semana, ao dia
refere como "o dia do Sol" e não como "dia do Senhor". A
partir daqueles tempos, o título "dia do Senhor" aparece profusamente
na literatura patrística. Mas é preciso provar que João tinha em mente o
primeiro dia da semana quando escreveu "dia do Senhor".
Autoridades evangélicas
afirmavam que João escreveu seu evangelho depois
do Apocalipse, situando-o entre 96 a 99 A. D.: Albert Barnes, em suas Notas Sobre os Evangelhos, John Beatty
Howell em sua tabela de datas, W. W. W. Rand, em seu Dicionário Bíblico, e comentaristas Bloomfield, Dr. Rales, Horne,
Nevinse Olshausen, Williston Walker e muitos outros. Isso é importante, pois se
João, no Apocalipse, escrito antes,
se refere ao domingo como "dia do Senhor", como então no seu
evangelho, escrito posteriormente, volta a referir-se simplesmente ao
"primeiro dia da semana"? (S. João 20:1 e 19).
Temos fundadas razões para
crer que S. João se referia ao sábado. Porque, consoante a Bíblia, o único
"dia do Senhor" que nela se menciona é o sábado. Leia-se cuidadosamente
Isaías 58:13: "santo dia do Senhor". O mandamento (Êxo. 20:10)
diz: "O sétimo dia é o sábado do
Senhor". Em S. Mar. 2:28 lemos: "O Filho do homem é Senhor até do sábado." E a Revista de Jovens e Adultos para a
Escola Dominical, editada pela Convenção Batista Brasileira, relativa ao 4.º
trimestre de 1938, pág. 15, assim comenta este versículo:
"... o Filho do homem
é Senhor do sábado (S. Marcos 2:28); isto é... o sábado é o 'dia do Senhor,' o
dia em que Ele é Senhor e pelo Seu senhorio Ele restaura o Seu dia ao seu
verdadeiro desígnio."
O discípulo amado conhecia
muito bem as palavras do Decálogo (Êxo. 20:10) bem como as de Isaías (Isa.
58:13). À vista disso, não precisamos ter dúvida quanto ao dia a que ele quis
referir-se quando no Apocalipse escreveu: "fui arrebatado em espírito no
dia do Senhor."
Se posteriormente, com a fermentação da apostasia na igreja primitiva,
é que o domingo foi tomando corpo, e a designação "dia da Senhor" lhe
foi adjudicada.” (Arnaldo Cristianini – Subtilezas do erro, pág. 215).
Então caro leitor! Pelo que vimos o dia do Senhor mencionado no apocalipse é o
sábado.
É bom entender que se a igreja primitiva guardava o
domingo como muitos crêem, então Jesus deve ter mudado o dia de guarda do
sábado para o domingo, você concorda? Isso nos leva a acreditar que em algum
lugar do novo testamento está escrito que Jesus mudou o dia de guarda do sábado
para o domingo.
É interessante saber que existe uma igreja evangélica
que dá um milhão de dólares para quem mostrar um texto na Bíblia que diga que
Jesus mudou o sábado para o domingo. Ela vai mais longe ainda, ela dá esse
milhão de dólares para quem mostrar a palavra domingo nas escrituras sagradas.
Saiba que até aqui não apareceu ninguém para pegar essa dinheirama.
Se não há aprovação bíblica para a guarda do domingo,
como foi que surgiu então essa tal prática? Se a guarda do domingo não a é de
origem cristã e nem tem apoio bíblico qual é a origem dele?
Como já foi estudado em lições anteriores, no ano 300
dc, o imperador Constantino se “converteu” ao cristianismo, mas tudo foi uma
manobra política. Ele sabia que com o crescimento do cristianismo, continuar
sendo inimigo dos cristãos seria uma perda. Ele então tornou-se cristão. Mas
ele não aceitou todos os princípios pregados pelo rebanho de cristo, dentre
esses estava o quarto mandamento. Foi aí que ele fez o seguinte decreto:
"Que
todos os juízes, e todos os habitantes da Cidade, e todos os mercadores e
artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores
com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum
outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não
se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu." –
Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2 (3). O dia do sol era o primeiro dia
da semana, ou seja, o domingo.
"O imperador Constantino, antes de sua conversão,
reverenciava todos os deuses (pagãos) como tendo poderes misteriosos,
especialmente Apolo, o deus do Sol, ao qual, no ano 308, ele [Constantino]
conferiu dádivas riquíssimas; e quando se tornou monoteísta o deus ao qual
adorava era – segundo nos informa UHLHORN – antes o "Sol
INCONQUISTÁVEL" e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E na verdade
quando ele impôs a observância do dia do Senhor (domingo) não o fez sob o nome
de sabbatum ou Dies Domini, mas sob o título antigo, astrológico e pagão de Dies Solis, DE MODO QUE A LEI ERA
APLICÁVEL TANTO AOS ADORADORES DE APOLO E MITRA COMO AOS CRISTÃOS." (Versais nossos.) – Dr. Talbot W. Chamber,
Old Testament Student, janeiro de
1886.
Dizem os defensores da guarda do domingo que o
primeiro dia da semana já era observado desde o surgimento da igreja primitiva.
Mas a história geral nos mostra o contrário.
"O mais antigo
reconhecimento da observância do domingo, como um dever legal, é uma
constituição de Constantino em 321 A.D., decretando que todos os tribunais de
justiça, habitantes das cidades e oficinas deviam repousar no domingo (venerabili
die Solis), com uma exceção em favor dos que se ocupavam do trabalho
agrícola." –Enciclopédia Britânica,
art. "Sunday".
"Constantino, o Grande,
baixou uma lei para todo o império (321 A. D.) para que o domingo fosse
guardado como dia de repouso em todas as cidades e vilas; mas permitia que o
povo do campo seguisse seu trabalho." – Enciclopédia Americana, art. "Sabbath".
"Os cristãos trocaram o sábado pelo domingo. Constantino, em 321,
determinou a observância rigorosa do descanso dominical, exceto para os
trabalhos agrícolas... Em 425 proibiram-se as representações teatrais [nesse
dia] e no século VIII aplicaram-se ao domingo todas as proibições do sábado
judaico." – Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira, art. "Domingo".
O grande e abalizado
historiador cardeal Gibbon, com sua incontestada autoridade assevera o
seguinte: "O Sol era festejado universalmente como o invencível guia e
protetor de Constantino....
"Constantino
averbou de Dies Solis (dia do Sol) o 'dia do Senhor'
– um nome que não podia ofender os ouvidos de seus súditos pagãos." – The History of the Decline and Fall of the
Roman Empire, cap. 20 §§ 2°., 3°. (Vol. II, págs. 429 e 430).
Se o domingo já era guardado
pelos cristãos desde o surgimento da igreja primitiva, então não haveria
necessidade de um imperador pagão baixar um decreto ordenando guardar um dia em
homenagem a um deus pagão.
"A
conservação do antigo nome pagão de "Dies Solis"
ou "Sunday" (dia do Sol) para a festa semanal cristã é, em grande
parte, devido à união dos sentimentos pagão e cristão, pelo qual foi o primeiro
dia da semana imposto por Constantino aos seus súditos – tanto pagãos como
cristãos – como o "venerável dia do Sol"... Foi com esta maneira
habilidosa que conseguia harmonizar as religiões discordantes do império,
unindo-as sob uma instituição comum." Deão Stanley, Lectures
on the History on thc Eastern Church, conferência n°. 6, pág. 184.
O professor Cristianini faz uso
das palavras do conceituado erudito bispo Arthur Cleveland Coxe quando comenta:
"Foi uma conversão política, e como tal foi aceita, e
Constantino foi um pagão até quase ao morrer. E quanto ao seu arrependimento
final, abstenho-me de julgar." – Elucidation
2, of "Tertullian Against
Marcion", book 4.
O escritor citado anteriormente
faz uso também de uma testemunha chamada Eusébio
bem conhecida no cristianismo:
"Ele [Constantino] impôs a
todos os súditos do império romano a observância do dia do Senhor (domingo)
COMO UM DIA DE REPOUSO, e também para que fosse
honrado o dia que se segue ao sábado." – Life of Constantine, Book 4, chap. 18. Destaques nossos.
É
interessante saber que o domingo não substituiu o sábado de uma hora para
outra. Esse processo se deu de forma gradativa. Para confirmar esta assertiva o
professor Arnaldo Cristianni também faz uso de uma fonte evangélica muito
interessante onde diz:
"Quando os antigos pais da
igreja falam do dia do Senhor, às vezes, talvez por comparação, eles o ligam ao
sábado; porém jamais encontramos, anterior à conversão de Constantino, uma
citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia, e se
houve alguma, em grande medida se tratava de coisas sem importância... Depois
de Constantino as coisas modificaram-se repentinamente. Entre os cristãos, o "dia do Senhor" – o primeiro da semana –
gradualmente tomou o lugar do sábado
judaico." – Smith's Dictionary
of the Bible, pág. 593.
Depois de algum tempo após o
decreto de Constantino o dia de guarda dos cristãos e pagãos passou ser o
mesmo.
"O dia era o mesmo de seus
vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma
vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso... Se a autoridade da igreja
deve ser passada por alto pelos protestantes, não vem ao caso; parque a oportunidade e a conveniência de ambos os lados constituem seguramente um argumento
bastante forte para uma mudança cerimonial, como do simples dia da semana para
observância do repouso e santa convocação do sábado judaico." North British Review, Vol. 18, pág. 409
O professor Lourenço Gonzalez
faz uso de alguns livros católicos que creio ser de muita utilidade nesse
estudo. Vejamo-nos.
“Nós, católicos romanos,
guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do
chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo
Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.
“Foi a Igreja Católica que, por
autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória
da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos
protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade
da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26
de Agosto de 1926, Socorro, SP. Grifos meus.
“A Igreja Católica, por sua
própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para
substituir o Sábado, da velha lei.” – Kansas
City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.
“A Igreja Católica... em
virtude de sua divina missão, mudou o
dia de Sábado para o domingo.” Catholic
Mirror (espelho católico), órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de
Setembro de 1893, grifos meus.
“O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser
definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é
possível encontrar uma única passagem que
autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da
semana.” – Catholic Press,
Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900 – grifos meus.
“Observamos o domingo em vez do
Sábado, porque a Igreja Católica no
Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o
domingo.” – The Convert’s Catechism
of Catholic Doctrine, Rev. Peter
Geierman,
C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica
do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910, grifos meus.
“Podereis ler a Bíblia de
Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a
santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do
Sábado, dia que nós nunca santificamos.” – Cardeal Gibbons em The Faith of Ours Fathers, edição de
1892.
“A Bíblia manda santificar o
Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição
católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu
a observância do Sábado.” – O Biblismo,
pág. 106, Padre Dubois – Belém.
A pergunta é: a igreja mãe, ou
seja, a igreja católica tem o poder de mudar o dia de descanso do sábado para o
domingo?
“Não tivesse ela (Igreja
Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos
– não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do
domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174, grifos meus.
Muitos pastores ficam
discutindo a questão da guarda do domingo na Bíblia, agem como idiotas os que
fazem isso, pois a questão citada não é teológica e sim histórica. Não é na
Bíblia que se encontrará a resposta precisa para a questão e sim na história.
Como já foi visto, de acordo com a história o domingo foi determinado como dia
de guarda por um imperador romano em acordo com a igreja mãe.
Para entender o assunto,
bastará estudar a história universal e será tudo entendido.
Creio que deu para entender
caro leitor, que a guarda do domingo tem origem pagã. Não foi ordenada por
Jesus e nem endossada por seus discípulos. Foi um líder pagão que introduziu
esse costume no meio cristão quando a igreja e o Estado romano estavam de mãos
dadas.
Mas saiba que Deus continua
sendo o mesmo e a sua palavra também. Disse Jesus: “Passarão os céus e a terra,
mas as minhas palavras não hão de passar.”
Referências
GONZALEZ, Lourenço. Assim diz o Senhor. ADOS, Rio de Janeiro, RJ, 2010.
CRISTIANINI, Arnaldo. Subtilezas do erro. CPB, Santo André, SP, 1986.
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